BOOK ADDICTED

OI, MEU NOME É ELISE, E SOU VICIADA EM LIVROS ("Oi, Elise!!!")

A piadinha acima com o AA procede - acabei de comprar 5 livros. E com certeza vou dar cabo deles em menos de um mês. (Filé, eu já li aquele que vc me deu de b-day e adorei!!!).

O problema é que morando no Brasil, meu vício acaba ficando meio caro... país de analfabetos, sabe como é, rsrs. É vício mesmo, porque eu estou sempre pensando no próximo livro que vou ler, fico contando os dias para eles chegarem, e quando chegam fico doidinha: deixo eles em cima da cama por um tempão, pra olhá-los. Coloco logo meu nome em cada um deles. Cheiro várias vezes (amo cheiro de livro novo!).

Até ando tentando ler mais devagar, pra render mais, aproveitar mais. Mas é duro. Ainda mais com livros que me empolgam. Quando descubro uma série, ou um autor que me agrada muito, fico louca pra ler tudo. Só pra ficar triste depois, tendo de esperar pelo próximo lançamento, rsrs.

Pirações à parte, vejo que não podia ser diferente - fui catequisada no mundo dos livros desde muito cedo. Minha mãe SEMPRE me contava histórias pra dormir (over and over again!) e minha avó inventava outras mirabolantes, que envolviam personagens famosas (como Chapeuzinho vermelho) mas em situações divertidas, como indo ao supermercado e tals. E meu pai me deu a coleção completa de Monteiro Lobato quando eu tinha 10 anos, que acabou virando assim um tesouro meu. Meu primeiro Alice no país das maravilhas foi uma adaptação de Monteiro Lobato.

Mas acho que o negócio se consolidou mesmo quando fiquei adolescente. Adolescentes quando iam ao shopping com a mãe ficavam pedindo roupas, cds, sapatos. Eu pedia livros. E a minha mãe nunca negava, não importando o quão dura estivesse!

O negócio virou fuga, escape mesmo, numa época em que mamis andou muito doente. Na verdade ela passou aaaanos tendo enxaquecas crônicas. Daquelas debilitantes, sabe? Ela acabava sempre internada por um dia ou mais, sem poder comer nem abrir os olhos, tadinha.
Acontece que meus pais eram separados, e meu irmão era pequeno. Ela cuidava da gente, e eu cuidava dela. Invariavelmente, quem acabava com ela no hospital era eu. Perdi a conta de quantas vezes.

E garota, sozinha num hospital, sem poder ver tv, nem acender a luz, e às vezes tendo de velar ela a noite toda, o que eu fazia? Eu lia.
Lia no banheiro do quarto do hospital, com a porta fechada para não incomodá-la. Sentada na privada. Eu lia livros inteiros em uma noite.

Então acabou assim: meus livros são meu "cobertorzinho" de segurança. Minha muleta. Acho que posso aguentar tudo, desde que possa por algumas horas me desligar do mundo lendo, em outros universos, vivendo outras vidas. Por muitos e muitos anos, as vidas que eu lia eram melhores do que a minha. E eu relutava em voltar....

Hoje não é mais assim. Minha vida é a que eu queria, e leio mais por prazer. Mas ainda fujo.... quando aperta, fujo.
Sou daquelas que nem ouve o que acontece em volta quando está lendo. É bom; anestesia o cérebro, amortece os sentidos, relaxa.

E eu não tenho mais vergonha de ser assim, nerd. Eu podia estar roubando, eu podia estar pedindo (rsrs), fumando, bebendo, trepando feito louca, comendo como uma alucinada, ou sei lá no que as pessoas se viciam quando querem dar um tempo da vida.

Eu tou só lendo.