quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

WE'RE ALL MAD HERE....

But I don't want to go among mad people," Alice remarked.
"Oh, you can't help that," said the Cat: "We're all mad here. I'm mad. You're mad."


Sabe aquela frase de pára-choque de caminhão: "quanto mais conheço as pessoas, mais gosto do meu cachorro"?
So true....

Eu sempre me considerei uma pessoa humanista, acima de tudo. Aliás, a expressão "existencialista-humanista", muito ouvida durante os anos de análise, realmente ficou em mim.

Porque as pessoas são capazes de me surpreender de formas tão maravilhosas... são capazes do incapaz, de amor e piedade, e desprendimento total, que chega a me chocar.

Mas as pessoas também são loucas, né? Como na frase do Cheshire Cat de Alice, alí em cima: eu, você... somos todos.

Alguém aí viu aquele filme com o Robin Williams, "Amor além da vida"?

Sabe quando a mulher dele vai pro inferno, e ele pergunta a outra alma o que é inferno? Eu sempre adorei a explicação (mais ou menos assim):

'Inferno é quando a pessoa fica presa em seu mundo pessoal de loucura, sem deixar ninguém entrar e sem conseguir sair. Ela só consegue enxergar aquilo."

O engraçado, é que eu não acho que isso seja o inferno. Eu acho que isso seja AQUI. Acho uma grande coisa quando o ser humano consegue se distrair da sua própria loucura, e interagir fora de sua bolha existencial com outro ser humano.

Isso se chama empatia. Conseguir se colocar no lugar do outro. Conseguir olhar além de si mesmo. Não estou falando de egoísmo. Conheci muitas pessoas realmente altruístas que simplesmente, por melhor que fossem, não conseguiam enxergar além da própria verdade. Da realidade que eles pintaram pra si mesmos.

Sequer se questionar "e se...". E se eu estiver errado? E se isso puder ter outro lado? E se a minha opinião é que for muito radical?

E essa capacidade de questionamento é tão bonita.... é o mais perto de perfeição de alma que eu enxergo. Com um ser humano melhor, mais evoluído. Além de suas loucuras, de seus argumentos.

Se o homem quisesse evoluir, chegar ao paraíso, encontrar Deus (ou a divindade que fosse), não deveria se ajoelhar e rezar: deveria se levantar e se colocar no lugar do outro. Não ser igual, mas entender as verdades da humanidade. Ter compaixão. Aceitar as diferenças. Sair de seu casulo de verdades, de sua realidade, e aceitar que o mundo não é só ele.

Não é só o que ele vive. Aceitar que ele não é... nada. Porque eu estou segura que aceitar a própria insignificância no esquema geral das coisas, é o caminho.

Abole a prepotência, abole a soberba, abole a ignorância...

Mas sim, somos todos loucos. Uns menos (mais controlados), outros mais. Desculpe esse papo, mas é que tem dias em que realmente é mais difícil conviver com a humanidade pra mim ....

Por mais bonita que ela tb consiga ser....às vezes.

7 comentários:

Camila disse...

gente...acho q nunca tinha conjugado o verbo abolir assim...abole...


q máximo..façamos uma camiseta: "abole aê!"

Anônimo disse...

Elise, dei um ctrl+c nesse seu texto e mandei para algumas amigas (dando o devido crédito e link para o seu blog, óbvio).
Acontecimentos recentes, e tb a análise, me fizeram usar mais o "...e se eu estiver errada, não o outro?". Estou gostando bastante disso.... Parabéns pelo post, está sensacional...

Nice Oliveira disse...

Post para uma boa reflexão!
Bjs

Anônimo disse...

Excelente texto, Elise. Nem parece que foi escrito por uma agnóstica, rs. Por isso penso que religião não importa; muitas pessoas ditas céticas ou agnósticas são mais "cristãs" do que as que se dizem ser ou as que fazem questão de falar que é de tal religião. Engraçado que o que considero seus melhores posts são os que têm menos comentários, rs. Mas não que eu não goste dos outros; leio todos e adoro os posts raivosos, rs. Tb fiquei com vontade de mandar para os amigos, com os devidos créditos. Pena que seu blog não tenha "permanent link" , pra pessoa já vir no post certo ,pq tenho uns amigos "analfas" em internet, rs.

Elise Machado disse...

Eu sempre fico na dúvida sobre escrever essas coisas, justamente porque como não tem muito comentário em cima, fico achando que está sendo maçante pra vcs...

Camila, adoro seus comments noturnos! São sempre os últimos que eu leio antes de dormir... adoro!

Ju, como é esse permanent link? Me ensina q eu coloco!!

Meninas, podem enviar o link ou o texto pra quem quiserem, eu fico feliz! rsrsrs

Anônimo disse...

Hahahaha Elise, sou notívaga, acho que deu para perceber né? Mesmo tendo que acordar alguns dias mega cedo, geralmente não durmo antes de meia noite... Hj até que estou por aqui bem cedinho né?

Sabe pq eu acho que esses posts têm menos comentários?Pq são aqueles do tipo que a gente lê, e pensa, caramba, isso poderia ter sido escrito por mim... E aí fica uma sincronia, uma reflexão tão aparente, que a gente não tem nem o que dizer... Afinal, é muito mais fácil discordar ou concordar quando vc fala sobre moda, roupas, cotidiano... Mas quando o assunto é filosofia de vida, aí é mais complicado né?

Beijas!

Anônimo disse...

Oi, Elise,
Não consegui descobrir como se coloca o permanent link mas amanhã pesquiso melhor. Mas vc pode colocar uma paradinha em que dá pra enviar o link do post por e-mail e daí a pessoa clica e lê no próprio blog. É assim: faça login no blog, vá em "configurações" e na guia "Exibir o link enviar esta postagem?" coloque "sim" e salve as alterações. A partir de então, próximo à caixa de comentários vai aparecer um envelopezinho em que qualquer pessoa poderá utilizar pra enviar o post aos amigos, se quiser.

Bjs.

P.S.: achei engraçado vc me chamar de Ju, pq geral me chama assim, só em casa me chamam pelo nome. É tão comum que qdo me chamam de Jussara até assusto, rs.