quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

REJUVENESCENDO



Sabe um coisa engraçada que andei reparando?

Quando temos filhos, nossa vida pára (não tem mais acento, rsrs). Ela fica como que em suspenso por alguns anos. Inclusive acho que começamos a morrer quando temos filhos. Não literalmente, mas a idéia (sem acento tb, ô acordo chato) da morte começa a nos rondar talvez pela primeira vez - começamos a ter medo de morrer.

E tendo filhos bem pequenos, uma grande parte do nosso tempo gira em torno deles. Não deles, mas de suas coisas  e condições (seu mundinho, amiguinhos, escola, filminhos, programas de tv ...). Tentamos, eu e o B, não deixar que fosse só isso, que o resto de nós mesmos, individualmente e como casal, se afastasse muito. Tivemos sucesso, eu acho, mas mesmo assim vivemos todos em função dos filhos.

As pessoas são assim. Uns mais, outros menos. Uns infelizmente se anulam como seres, como homens, como mulheres, como seres sexuais, ou que bebem, ou que riem, ou que dançam.
Até certo ponto é normal, por um  breve espaço de tempo. Algumas pessoas voltam a enxergar além do umbigo do próprio filho em alguns meses, outras em alguns anos, e outras não voltam nunca. Se perdem pelo caminho, os filhos crescem, e um belo dia se perguntam: quem sou eu? Do que eu gosto? Quem é esta pessoa estranha que divide a cama comigo?

O risco, no caso dos casais, é que o estranho que divide a cama com vc vire só o parceiro de cuidar de crianças. Aquele com quem vc tira par ou ímpar pra ver quem prepara a papinha ou busca na escola.

Acho que isso é um medo que todos os pais passam.
Mas eu dei essa volta toda para falar não sobre essa "morte" provocada pelo fato de virar mãe (morte figurada, escolhida e recompensadora, diga-se).
Mas sim pelo voltar à vida.

E ter uma filha quase pré-adolescente em casa faz isso. De repente vc se sente mais jovem pq ela lhe diz quais são as músicas da moda.

Vc fica por dentro de novas tecnologias, por causa deles. Sabe qual é o "must" atual. De repente tem companhia para ver filmes legendados com vc no cinema. Do nada ela começa a ler certos livros seus (e vc a ler os dela) e há uma troca legal.
Ter um filho nessa idade é incrível, é um jorro de vitalidade, te deixa antenado com tudo, te faz sentir muito vivo.

Sim, eu ando pensando em começar tudo de novo, o que poderia ser uma semi-loucura, dado o que eu falei sobre a anulação antes. Mas é claro que vêm outras coisas juntas que são muito compensadoras.
Sabendo então que chega essa fase...

Estou escrevendo isso pelo seguinte: primeiro para contar como é boa essa fase, e como realmente rejuvenesce a gente. E segundo estou pensando nas recém mães (ou mães vindouras), que às vezes desesperam, se deprimem, acham que sua vida acabou. Que só serve como mãe, que está cansada e acha que essa fase de dependência total não vai acabar nunca.

Acaba. O truque é realmente prender a respiração, e não deixar a coisa dominar sua vida ;)

10 comentários:

Mirella disse...

Demais!!
Sou mãe de 2 crianças, um menino de 5 anos e uma menina de 2 anos... Dão um tabalho louco, mas eu amo essas fases e sei que vou morrer de saudades quando crescerem... Mas sei que todas as fases tem suas dores e delícias... Tento não me anular como mulher, mas sei que não é fácil, visto que sou pai e mãe (o pai deles faleceu antes da menina nascer). Adoro ser mãe de pequeninos, e agora que vc falou, sei que vai ser demais também ter jovenzinhos daqui há alguns anos... Ainda bem que vou poder acompanhar bastante (tenho 23 agora)...
beijãooo, Elise ;)

Thamyris Fajardo disse...

Ahh, adoreei Elise...Nossa, a manteiga derretida aqui ficou toda emocionada, rs. Deve ser um prazer indescritível mesmo...

Beijass!

Tonia Albuquerque disse...

Olá, estou convidando vc para conhecer meu novo cantinho (www.millugaresparavisitar.blogspot.com) e caso ainda não tenha me visitado estou tb no (www.mulheres-sarl.blogspot.com)

Abs,

Tonia

Giovana disse...

Oii Adorei seu texto!!

E adorei tbm a receita do Yoguirte, posso levar p meu blog???

Elise Machado disse...

Mirella, vai ser bom sim! Tou passada de saber do pai das crianças... haja coragem, hein garota! Parabéns por encarar a coisa assim de forma tão pra cima.

Giovanna, pode sim, claro!

Silvia Maria disse...

Meu filho tem 13 (faz 14 dia 2/2). Nossos amigos e programas se misturam. Ele se junta ao meu namorado para me pilhar, faz qualquer tipo de programa, sai da praia às oito da noite (comigo e com meus ou nossos amigos). Vemos filmes, desenhos, seriados na Disney, temos papos-cabeça... enfim. Quando ele precisa, sou adulta ou pré-adolescente. E quando eu preciso, também...

janaina disse...

nossa elise !!!! acho q este post foi pra mim , estou vivendo esta fase em casa, tudo gira ao redor da minha filha....as veses me sinto ate culpada por querer ter umm pouco de sossego rsrsrs, ela tem 6 meses, e me consome por inteiro, ando um bagaço.....bem diz aquele ditado.... depois que pari , nunca mais dormi rsrsrr, passo todos os dia aki adoro !!!

Norma disse...

Oi, Elise,

Adorei esse texto, adorei mesmo. Vou me casar (pela primeira vez!) este ano e já estou em uma idade meio "avançada" para os primeiros filhos (vou fazer 39 em junho), então, você pode imaginar que passa de tudo pela cabeça... Não sei nem dizer exatamente por quê, mas seu texto me fez um bem enorme. Que Deus a abençoe por isso!

Você me autorizaria a colocar link no meu blog para esse seu post? Sou cristã e queria que muita gente dissesse as coisas que você diz aqui...

Grande beijo!

Elise Machado disse...

Norma, fico feliz que vc tenha gostado!
Acho que esse negócio de idade avançada é bobice nossa (da sociedade); as coisas são como a gente decide que elas são ;)

E se vc quer ser mãe, não é um no. que vai te impedir, certo?

Pode botar o link sim, fique à vontade.

Beijas grandes.

Norma disse...

É, a gente nunca acha que vai aderir às bobices, até que, quando vê, está com uma caraminhola inesperada na cabeça! :-/ Mas depois passa, né? Passa sim. :-)

Obrigada, Elise! Beijão!