WHEN I MET YOU...

Aff, que já já esse blog vira um blog romântico de mulherzinha!! hahaha
Mas já que essa sexta está "no clima", vamos lá, pra matar a curiosidade de vocês.

A história de como a gente se conheceu não tem nada demais. Se você perguntasse a ele, inclusive, ele certamente te contaria em dois minutos.
Mas eu sou menina, e é óbvio que pra mim teve muitas nuances e detalhes, rs.
Vou tentar fazer um resumão.

Eu tinha 21. Tinha saído de um relacionamento longo e traumático. Meu primeiro e único namoro até então, diga-se.
Nunca fui de sair e ficar. Inclusive, das pouquíssimas vezes, nunca fiquei com alguém que não conhecesse, tivesse visto umas vezes... Saía toda sexta e sábado, mas saía pra dançar. Nunca bebi, então curtia dançar a noite toda. Até me fingia de lésbica diversas vezes, com amigas, pra não ter que ficar aturando cantada, rs. Ergui lá meu escudo impenetrável, e tava beleza.

Uma amiga estava a fim de um cara da sala dela na faculdade, e ele convidou-a pra ir a uma festa. Ela não queria ir sozinha, e me arrastou junto.
Acontece que o B era um dos organizadores da tal festa. E amigo do cara que ela estava a fim.
A festa curiosamente se chamava "Um drink no inferno" (eu deveria ter sabido, quando vi o nome, rs).

Minha amiga ficou com o tal cara (com o qual ela casou, teve filho e separou depois, rs), e eu e ele fomos apresentados.
SÓ.
Não ficamos juntos. Mas rolou alguma coisa. Alguma química. Bom, pelo menos da minha parte. Eu achei ele muito divertido: ele estava doente nesse dia, com quase 40 de febre, e mesmo assim todo animado, cuidando da bebida, falando com todos, organizando a banda...muuuuito interessante.
Passaram-se uns dois meses, e nesse meio tempo minha amiga e o tal cara ficaram tentando armar da gente se encontrar, mas acabava sempre furando - quando eu ia com ela em tal lugar, ele não ia e vice-versa.

E aí, o improvável aconteceu: FOMOS A UMA MICARETA.
Sim, sim, eu sei; eu odeio micaretas, odeio axé, odeio muvuca. Maaaas, era eu quem tinha carro, e eu acompanhava minhas amigas pra cima e pra baixo. Mesmo indo vestida como uma roqueira, e resmungando.
Minha amiga SOUBE que o tal cara dela estaria lá. Mas não tinha combinado nada com ele.
Nem me animei, afinal num universo de trocentas mil pessoas, quais as chances de encontrarmos alguém???
Mas ela encontrou... e o B estava junto!

As circunstâncias não favoreciam - ele tinha acabado de perder a carteira com TODOS os documentos, e estava no maior mau humor. Nossos amigos naquele drama, fica-não fica. E eu sem saber QUE PORRA estava fazendo numa micareta.
Mas a gente conversou, interagiu, e ficou seguindo aquela bagunça e nossos amigos. Ele começou umas investidas, e eu escapava pela tangente, afinal, eu achava que era difícil pacas (leia-se "insuportavelmente seletiva e neurótica")

Até que, lá pelas tantas, ele vira pra mim, me segura e pergunta:
- Você não vai me beijar?

Eu levantei bem meu nariz, bem petulante:
- Não... eu nem te conheço.

O que eu esperava é que ele virasse e fosse embora, ou fizesse uma gracinha e tentasse me agarrar (dessa situação eu sabia sair bem).

Mas ele parou, ficou me olhando sério um segundo e depois começou a recitar sem tomar fôlego:
- Meu nome todo é tal, eu moro em tal lugar, na casa tal, o nome do meu pai é tal, da minha mãe é tal, eu tenho duas irmãs, meu carro é um (...), faço engenharia na PUC, tenho uma cachorra chamada Rebeca, meu aniversário é dia tal, meu cpf é no. ....

E continuou me dando TODOS os dados dele, que nem um ensandecido, como se estivesse preenchendo um maldito formulário, enquanto eu olhava pra ele de boca aberta, totalmente chocada.

Quando ele achou que estava bom, e eu não tinha mais como arregalar os olhos e ficar com mais cara de bunda, ele virou gentilmente e disse:
- Pronto? Posso te beijar agora?

E não parou de beijar mais ;)

BOM FINAL DE SEMANA!