Um dia com a Ginger, e parece que já nos conhecemos há séculos, rsrsr.
Como posso estar completamente apaixonada por um serzinho tão pequeno, e que só conheci ontem?
Agora prestei atenção no que é o amor da adoção. A gente vive adotando coisas, e nem percebe. Adotamos amigos, maridos, adotamos atitudes, adotamos um animal, adotamos os próprios filhos. Sejam os animais comprados ou não, e os filhos da barriga ou não. Amar é adotar, porque escolher é adotar. Você escolhe amar e pronto - não é algo que vem com você por obrigação.
Nós somos bobos, não somos? Sempre tentando suavizar as situações, sempre tentando aparar as arestas, ter menos trabalho, menos comprometimento, menos, menos...
A gente tem medo dos plurais. Tem medo do muito. Controla as situações ao extremo... e no fim não controlamos é nada.
Toda a trajetória das coisas é o que importa, né? Não é o destino final, posso dizer com segurança. Não é ser rico - é planejar ser. Não é ter filhos - é criá-los. E por aí vai. O trabalho que as relações dão é que fazem os momentos. Nos privando das atribulações, nos privamos das experiências.
A gente tem medo de mais um filho, mais um animalzinho, mais um parente, mais uma planta, mais um amigo novo, mais uma mudança. A gente tem medo do compromisso e do trabalho. Porque "mais", mais relações, dão trabalho.
Mas a vida seria também tão mais chata sem trabalho, sem surpresas...
A gente quer passar pela vida ileso. Quando os filhos nascem (ou chegam, de qualquer forma), nos preparamos para o trabalho - reclamamos dele, sofremos, torcemos para as fases passarem, eles crescerem.. Mas isso é que é a graça do negócio, não é? Isso não volta.
Qual a graça de um cachorro, se vier pronto, treinado? Se sempre se comportar? Se não te fizer rir, ou te deixar louco por ter feito uma besteira enorme?? Essas são as lembranças boas, as experiências que ficam.
De que vale uma história de amor linear? Que nunca teve um contratempo? Que foi toda planejadinha, bonitinha? Não vende nem ingresso de cinema, rsrsrs.
De que adiantam amigos, se forem sempre legais e comportados? Se nunca vomitarem na sua pia, nem arrancarem bêbados a sua cortina???
E de que serve uma família, se não for disfuncional, e te deixar maluco com as confusões de vez em quando?
Eu quero uma casa cheia de amigos - e todas as confusões e desencontros que vêm com eles.
Eu quero cães para amar - e não me importo se não estiver tudo sempre limpo e arrumado.
Eu quero filhos para ver crescer - e tudo bem o trabalho que dá, e as coisas que abrimos mão por eles.
Eu quero uma família grande - ainda que meio maluca.
Eu quero uma casa cheia.
E quero todas as experiências que vem com ela.
(liga não; esse momento "final de ano" mexe até com a mais cética das pessoas, como eu )
9 comentários:
Emocionante!!!! ADOREI, Elise!!!! Bjussss!!!!
Rê.
Que lindo, Elise. Estava precisando ler algo assim hoje. Adoro esse seu lado florido e cheio de corações, rsrs. Vc sempre diz coisas tocantes e que fazem pensar.
E a Ginger é uma fofurinha. Vai atualizando as fotos à medida em que ela for crescendo, please? ^^.
nossa, num é que é?
nunca tinha pensado nas coisas por esse receio do plural...
adorei, elise!
excelente texto!
É isso aí, ame e seja amado!
Primeiramente gostaria de te dar os Parabéns pela chegada da sua nova 'filha' - ela é linda, espero que vcs sejam muitos felizes juntos.
Estou louca para conhecer a nova integrante da família (rsrsr)
Adorei o texto!
Milhões de beijos e lambeijokas para todos
Márcia e matilha
UAU!!!! Elise, que texto MARAVILHOSO!!! Parabéns pela Ginger, é muito bom adotar.
bjas
É verdade. Temos medo do que não conhecemos. Mas o desconhecido é inevitável... e faz parte da vida. Temos medo de amar por termos medo de perder, perder sem ao menos termos tido.
Beijos
Ai Elise, quando você tira o dia pra mimimices, acaba comigo. Emociono largada.
Tô morta de inveja da Ginger.
até que pra uma "cética", escreveu bonito. =)
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